No fim da tarde desta quarta-feira, a diretoria do Vasco recebeu em São
Januário um oficial de Justiça da Fazenda Nacional com o mandado de
segurança que proíbe a transferência dos direitos federativos do
zagueiro Dedé.
No documento, o órgão governamental pede a penhora de 100% da
negociação entre Cruzeiro e Vasco. O diretor jurídico cruz-maltino,
Gustavo Pinheiro, reforçou ao oficial de Justiça que o clube já usou
toda a verba da transação. Agora, o Vasco terá que apresentar à Fazenda
os recibos e documentos que comprovem ter gasto tudo que recebeu pelo
negócio.
Segundo o dirigente vascaíno, o fato não vai mudar o processo de renegociação de dívidas entre Fazenda e Vasco.
- Não ajuda nem atrapalha, só dá tranquilidade para o clube encontrar
novas soluções para pagar as dívidas fiscais - afirmou Gustavo Pinheiro.
O clube deve mais de R$ 50 milhões, e a Fazenda quer o pagamento em 24
meses. Pinheiro também não acredita em problemas para o zagueiro
conseguir na Justiça a liberação de seus direitos federativos, que
continuam presos na Federação de Futebol do Estado do Rio por causa do
mandado de segurança conseguido pela Fazenda.
- Não tínhamos como adivinhar que a Fazenda iria penhorar esses
valores. Justamente uma das razões da venda do Dedé é essa questão:
saldar as várias dívidas que temos. Agora, como não temos mais o
dinheiro, vamos ter que prestar contas em juízo desses valores,
mostrando que pagamos tudo aos funcionários, jogadores - explicou o
diretor jurídico do Vasco.
Com a justificativa de que o processo entre clube e Fazenda está em
"segredo de Justiça", Gustavo Pinheiro não adiantou a data em que as
partes vão se encontrar em juízo para a prestação de contas. Tampouco
revelou qual estratégia Vasco, Cruzeiro e Dedé vão utilizar para liberar
o atleta para defender o clube mineiro.
- No meu entender, o que se pode penhorar é o crédito, não pode o
direito do atleta de jogar ser obstruído. Há algumas possibilidades
agora: um novo entendimento do juiz, uma petição nova do Vasco, do
Cruzeiro ou do próprio Dedé. Mas não vejo como essa decisão ser mantida
por muito tempo - diz Pinheiro.
Globo Esporte
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